Associação de Agentes Ambientais é mais uma das conquistas alcançadas através da Coleta Seletiva

01 de outubro de 2014

Meio Ambiente

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A Associação de Agentes Ambientais Capelenses é uma das conquistas alcançadas com a implantação da Coleta Seletiva. Com o encerramento do aterro sanitário do município em 2013, os antigos catadores, agora reconhecidos como "agentes ambientais", se organizaram para formalizar seu serviço e garantir seus direitos trabalhistas.

Com sede no bairro do Cercadinho, a Associação conta com 11 colaboradores que são responsáveis por realizar a triagem dos materiais coletados através da Coleta Seletiva, separa-los de acordo com seu tipo e vende-los.

Entre os associados existem pessoas que antes trabalhavam no antigo aterro sanitário da cidade. Segundo eles, a diferença é enorme. "Não tem comparação, antes nós trabalhávamos de maneira desumana, havia animais mortos e objetos perigosos, como agulhas, misturados no meio do lixo, além de urubus e ratos" conta Tatiara Borges da Silva, 20, casada e que está esperando um filho.

Ana Paula dos Santos Borges também trabalhou no antigo lixão durante três anos e diz que depois que começou a trabalhar na associação sua vida melhorou muito. "Antes trabalhava no aterro por que não tinha opção, hoje as coisas mudaram para melhor. Consegui tirar minha CNH e comprei um carro, esse dinheiro é abençoado" diz.

Segundo o diretor de meio Ambiente, Mi Gomes, existe uma rigorosa fiscalização para garantir os cuidados e direitos dos associados. "Nós realizamos exames médicos periodicamente e fornecemos os equipamentos necessários para higiene e segurança dos trabalhadores", explica.

"Aqui - na associação - nós temos equipamentos e a condição necessária para trabalhar com dignidade", diz Marcos Aparecido Pinheiro, 45.

Em agosto do ano passado os associados passaram por um curso oferecido pela ONG Pé de Planta onde puderam entender sobre os tipos de resíduos sólidos, separação e armazenamento adequado dos materiais recicláveis e receberam o certificado de "Agentes Ambientais".

"Isso significa que depois desse curso eles deixaram de ser catadores e passaram a ser "Agentes Ambientais" e têm um papel importante na preservação do meio ambiente através da separação do lixo reciclável, que é transformado em renda para os associados", diz Mi Gomes.

Superação - Depois de 11 anos preso, Paulo dos Santos Gama, 29, viu na associação uma maneira de recomeçar. Paulo, que no começo sentia vergonha por seu trabalho no local, hoje é presidente da associação e casou-se com Tatiara, que também é colaborada do lugar. "Aprendi que nosso trabalho aqui ajuda a manter a cidade limpa e traz muitos benefícios para o meio ambiente. Para mim foi um recomeço e sou muito grato por tudo que conquistei. Graças à associação ando de cabeça erguida e com dignidade", conta.